terça-feira, 21 de outubro de 2008

Comentário do dia: Vida de Jornalista


O jornalista pode até não ganhar bem, mas conquista espaço de poder e trânsito social, muito mais que em outras atividades.


Numa sociedade em que a mídia dita regras, o jornalista é um personagem que fascina, chega a causar inveja e raiva, provoca projeções e identificações. O profissional dessa área às vezes é incompreendido, injustiçado e até perseguido por verdadeiros facínoras, quando não assassinado.


O jornalista pode até não ganhar bem, mas conquista espaço de poder e trânsito social, muito mais que em outras atividades.


Mas que tipo, de perfil a gente poderia traçar do jornalista?

Uma vez um jornalista experiente de São Paulo falando sobre o excelente Lucas Mendes (hoje apresentador do Manhattan Connection do GNT), que aliás tive a honra de encontrar no aeroporto Santos Dumont do Rio de Janeiro, disse o seguinte: "Um repórter deve ser inteligente, crítico, seguro e elegante". Há quem veja o jornalista apenas como um chato, um metido, um inconveniente e um pobretão deselegante. Cá com os meus botões, de jornalista profissional diplomado e há 28 anos na área, acho que a profissão é como as outras e deve ser técnica e eticamente bem realizada. Nada mais.


"O jornalismo pode ser uma ótima profissão desde que largada a tempo", disse o escritor e jornalista Ernest Hemingway, aquele de O Velho e o Mar. Há jornalistas que seguem essa frase ao pé da letra. Eu mesmo conheço um, que trocou as redações loucas pela casa. Deitado numa rede, ele passou a trabalhar um romance. "Não vou ficar mais em redações". Nelas bebe-se muito café, fuma-se demais, fala-se demais e o telefone não pára de tocar; é improdutivo e neurotizante. Não troco trabalhar em casa, na rede, de pijama, ouvindo música, por nada desse mundo. Para mim o importante é gostar do que se faz. "O trabalho é mais do que simplesmente ganhar a vida. Trata-se de construir a nossa vida. O que você tem de diferente, muitas vezes é também aquilo que você possui de valioso e raro", escreveu Marsha Sinetar.

J. R. Whitaker Penteado Filho completou: Quando se descobre o que se gosta realmente, a diferença artificial entre o trabalho e lazer passa a não ter mais significado".

E. B. Szekly, autor de Trabalho Criativo observou que "a maioria das pessoas trabalha para sobreviver, algumas trabalham para adquirir fama e riqueza". Na minha opinião até existem aqueles principalmente na imprensa que realizam um pseudotrabalho para estarem ao lado dos poderosos e de suas polpudas verbas. Quando isso não acontece ficam loucos de raiva. E disparam suas metralhadoras para todos os lados. Só uns poucos trabalham para expressar a verdade, dão voz ao povo e quer a participação desse mesmo povo no dia-a dia da notícia. É o trabalho realizado junto à comunidade (jornalismo de rua e não de redações).


É a notícia gerada pelo povo, para o povo e em benefício deste mesmo povo.

O jornalista deve ser ambicioso, ter idéias e não se deixar amedrontar por facínoras. Como você vê, caro leitor, ser um bom jornalista não é fácil, mas a tentativa vale a pena!


Paulo J. Rafael é jornalista.

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