segunda-feira, 6 de abril de 2009

Dia do Jornalista: Momento de Transformação


Li um artigo interessante sobre as mudanças do jornalismo no XXI, estou postando na íntegra no blogue com intuito de levar a reflexão da categoria. O artigo é de Marcio Gonçalves é jornalista e professor universitário, coordenador de jornalismo da Universidade Estácio de Sá, campus Madureira. Autor de ‘Comunicação pra quê?’, pela AllPrint Editora, é conteudista do blog Comunicação Empresarial. Veja abaixo.


"Que o mundo é outro, todos já sabem. E se ainda não sabem, devem ficar alertas, porque muita coisa mudou de uns tempos para cá. Precisam entender que o século é outro, que os consumidores agora interferem no processo de criação de novos produtos e que muita gente pode registrar fatos e fazê-los virar notícia por meio da fotografia tirada pelo celular ou vídeo e voz gravados pelo mesmo aparelho. De fato, eu só ainda não sei se isso está claro para os (novos) jornalistas que ocuparão as vagas disponíveis no mercado ou, até mesmo, para aqueles que criarão as próprias vagas.
Em tempos de criação de novas diretrizes para a criação da matriz curricular do curso de jornalismo, toda a classe acadêmica deve atentar que o jornalista do novo século precisa entender que ele não é mais o único porta-voz da notícia. Antes que ele publique e divulgue, muita gente por aí já deve ter escrito um texto no Twitter, postado uma mensagem no blog ou enviado um SMS a um amigo.
Do jeito que está hoje, a partir da análise da grade curricular de comunicação social de algumas universidades na cidade do Rio de Janeiro, percebo que ainda estão sendo formados os jornalistas do futuro como se eles fossem do passado. Pouco tem se falado em empreendedorismo, no sentido de que entrar no mercado de trabalho não significa mais, nos dias de hoje, ter sua carteira assinada por um empregador. As universidades devem servir para mostrar aos alunos que o campo da comunicação, por exemplo, oferece inúmeras possibilidades de atuação a partir de escritório montado na própria residência do estudante. Costumo dizer que, para começar a trabalhar com comunicação, basta conseguir o primeiro cliente. Assim fez Ivy Lee, no remoto tempo de 1906, quando conseguiu John D. Rockfeller como seu primeiro cliente e, a partir daí, criou o primeiro escritório de relações públicas.
Um processo de comunicação integrada, que deve permitir ao aluno de jornalismo conhecer o campo de atuação de profissionais da área de publicidade, marketing, relações públicas, editoração eletrônica, cinema e outros, precisa fazer parte dos novos currículos das universidades que pretendam formar o jornalista do novo século. Enquanto são discutidas questões relacionadas ao jornalismo 2.0 e jornalismo multimídia, é importante lembrar que ainda existem a comunicação empresarial integrada e as assessorias de imprensa e de comunicação. Mais do que conseguir encontrar um lugar ao sol nas redações da comunicação de massa, abrir a própria empresa de comunicação pode ser a garantia de maior empregabilidade no futuro."


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