domingo, 24 de janeiro de 2010

O animal que lê jornal, agora, lê notícias na web


Um jornalista inglês chamado Edward Dicey afirmou que o americano podia ser definido como o animal que lê jornal. Essa frase remete ao fim do século XIX e o ínicio do século XX, justamente a época do advento das relações públicas. Naquele tempo, os impressores não viam a hora de rodar os jornais e os leitores não viam a hora de lê-los. Os newsies (pequenos jornaleiros, meninos e meninas) gritavam pelas ruas as manchetes do dia e inventavam outras na medida de sua ousadia e imaginação.
O jornal impresso era mercadoria de luxo. O City Hotel, de Baltimores, proclamava-se um dos maiores dos Estados Unidos neste tempo. Até colocou um aviso na sala de leitura: "Cinco doláres para quem denunciar o vilão que corta ou rasga jornais". O fato é que o tempo passou e tudo mudou. Hoje, os jornais impressos lutam para sobreviver ao lado de um veículo que a cada dia que passa oferece mais possibilidades e fascina ainda mais o público. A internet não é o futuro, mas é a realidade. O rádio, a tv, o jornal e as revistas devem utiliza-la como aliado.

Estou comentando isso, por que o americano, o animal que lê jornal, agora, lê notícias na web. Desde 2005, o segmento da população americana que mais cresceu na adesão à rede foi o de idosos entre 70 e 75 anos. Enquanto apenas um quarto (26%) das pessoas entre 70 anos e 75 anos estava on-line em 2005, hoje já são 45%.
Entretanto, as taxas de uso da web ainda são maiores entre os jovens: 93% dos adolescentes norte-americanos entre 12 e 17 anos se conectaram em 2008. Esse índice é de 89% para a faixa entre 18 e 24 anos, de 83% entre 40 e 44 anos e de 62% para 60 a 64 anos.


No Brasil, o estudo Internet Pop aponta que o acesso à internet cresceu 10% em relação ao ano anterior: de 49% em 2008 para 54% em 2009, totalizando mais de 25 milhões brasileiros que costumam conectar-se à rede, ainda que de vez em quando.
Entre as pessoas que acessam à web por meio de outros equipamentos que não o computador, nas principais regiões metropolitanas do país, 66% o fazem pelo celular, 21% pelo Smartphone com tecnologia 3G, 9% por computador de mão/ palm top e 3% por Smartphone sem tecnologia 3G. Dentre estas pessoas, 25% acessam a internet diariamente.


Os fatos evoluem, e o tempo não pára. Adaptar-se ao meio é uma medida de sobrevivência para não cair no esquecimento ou perder a audiência. Se o animal mudou a preferência da leitura, é hora de trazer atrativos que um jornal impresso e a internet. Que o leitor tenha notícia aprofundada nas páginas de papel, a opinião nos blogues, a instantaneidade no site, interaja pelo chat ou twitter ou e-mail.
O público da internet está crescendo e alguns jornais já entendem isso. Outros, insistem em pensar como antigamente, e desconsiderar a avanlanche da web. A idéia é inovar as estratégias para conseguir mais leitores e difundir informação . O jornal impresso não perderá sua essência, mas terá que vestir uma roupa mais ousada para seduzir mais eleitores.

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