quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Jornal oficial de Mianmar publica acusações à imprensa estrangeira

Enquanto várias cidades do país vivem o maior levante popular contra a Junta Militar em quase duas décadas, o principal jornal da imprensa estatal de Mianmar, The New Light of Mianmar - órgão utilizado pelo regime para divulgar suas mensagens, dedicou sua primeira página à chegada da lua cheia.
Ao falar sobre a repressão dos protestos, o jornal admitiu apenas um morto e três feridos e relatou que também ficaram feridos oito membros das forças de segurança - a repressão das manifestações dos monges budistas registra, no entanto, até o momento, seis mortos, 100 feridos e mais de mil detidos.
Além disso, a Junta Militar de Mianmar aproveitou o veículo para acusar a imprensa internacional de publicar mentiras sobre o movimento. "Alguns meios ocidentais e anti-governo estão publicando informações distorcidas para incentivar os protestos", diz um editorial do jornal oficial.
Segundo informações da Folha Online, sobre o ocorrido no pagode de Sule em Yangun, onde os militares abriram fogo contra um grupo de 200 religiosos, na última quarta-feira (26), o regime explicou no editorial que os manifestantes ignoraram as advertências dos alto-falantes e enfrentaram as tropas. A atitude obrigou o Exército "a dar alguns tiros para dispersá-los".
O New Light of Mianmar acusou também a Nobel da Paz e líder da Liga Nacional para a Democracia (LND), Aung San Suu Kyi, de incitar os protestos

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