quarta-feira, 30 de maio de 2007

Direto ao assunto: Hugo Chávez versus Liberdade de Imprensa

O fechamento da emissora RCTV é a prova concreta das intenções de chavistas de concretizar uma ditadura em seu país. O ato grotesco de Hugo Chávez repercute negativamente em todo mundo e acirra a disputa política na Venezuela. A RCTV era a única emissora com alcance nacional que fazia oposição ao governo. Sua principal concorrente, a Venevisión, que em 2002 participou ativamente de uma tentativa de derrubar Chávez do poder, mudou de lado e hoje faz uma cobertura alinhada com a visão governista. A estação Televén, que tem cerca de 12% da audiência total do país, também se aliou ao governo. Para a oposição, resta apenas a rede Globovisión, que é transmitida somente em Caracas e em seus arredores, e alguns poucos jornais impressos, que não têm nem o alcance nem a penetração da TV.
Para a imprensa escrita na Venezuela, a situação é um pouco diferente. Os dois maiores jornais do país, "El Universal" e "El Nacional", exercem uma linha crítica a Chávez. Os periódicos ainda não sofreram grande interferência do presidente porque sua leitura na Venezuela não é muito expressiva. Tanto o "Universal" quanto o "Nacional" dedicaram a primeira página e coberturas exclusivas ao fim do sinal da RCTV hoje.
No "Nacional", além da repercussão internacional do fechamento da TV, a manchete alerta que o ministro das Comunicações e Informação venezuelano apresentou uma denúncia contra outro canal: o Globovisión, que supostamente usou mensagens subliminares para "prejudicar a imagem de Chávez". Outro jornal importante na Venezuela, o "Ultimas Noticias", é partidário de Chávez, de acordo com o Márquez. Para ele, o governo atua cada vez mais no setor de mídia impressa no país.
Chávez queria o poder sem consulta ao congresso e conseguiu. Agora, calou a imprensa infringindo o direito de liberdade à informação e expressão. A esperança dos latinos americanos é que o exemplo não seja seguido pelos outros presidentes. Na Bolívia, o cacique boliviano Evo Morales afirmou que existe não só "liberdade, como também libertinagem de expressão", mas assegurou que seu governo jamais fechará canais de televisão nem rádios. No Brasil, Lula comentou com indiferença e afirmou que o problema é do governo venezuelano.
O prognóstico do futuro político de Hugo Chávez não promete ser dos melhores, pois manifestos e revoluções nas ruas vão continuar, enquanto a tentativa de consolidar uma ditadura prevalecer naquele país. Hugo Chávez intitula-se inimigo dos Estados Unidos, agora adversário da imprensa.

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