quarta-feira, 14 de maio de 2008

Franklin Martins defende isenção dos telejornais da TV Brasil


O Conselho Curador da TV Pública concluiu na última terça-feira (13) a tomada de depoimentos para apurar a denúncia feita pelo ex-funcionário da TV Brasil Luiz Lobo de que estaria havendo interferência do Palácio do Planalto na programação jornalística da emissora.


Três conselheiros da comissão corregedora ouviram a diretora de jornalismo da TV Pública, Helena Chagas. De acordo com o relator do caso, José Paulo Cavancanti Junior, um relatório deverá ser apresentado em um mês.


O ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social, participou da reunião do conselho e afirmou que os conselheiros terão tranqüilidade para decidir, mas que ele não viu nenhum tipo de interferência do Planalto: "Eu assisti aos noticiários. Acho absolutamente isentos, equilibrados. Quero ver alguém achar ali algo chapa branca", afirmou.


O depoimento de Helena foi colhido por três conselheiros destacados pelo presidente do Conselho Curador da TV Pública, Luiz Gonzaga Beluzzo. Além do relator, também participaram Ima Vieira e o ex-governador Cláudio Lembo. Lobo era âncora da TV e foi demitido no início de abril. Ele disse que saiu por resistir às interferência do Planalto.


Além disso, Lobo deu como exemplo a proibição do uso da palavra "dossiê" para se referir ao vazamento de dados sigilosos de gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. A TV Brasil negou que tenha havido qualquer motivo político-ideológico na demissão de Lobo.


Belluzzo disse que os três conselheiros terão o tempo necessário para analisar o caso. Ele não aceitou tratar do mérito, mas disse que, se constatado qualquer tipo de ingerência do governo no noticiário, o conselho dirá que houve procedimento inadequado e pedirá que a empresa corrija o problema. O relator disse que tentará apresentar um texto consensual.


"Em favor da TV temos a própria formação do conselho, que não permite a ninguém supor que foi constituído para apoiar a TV Brasil. Somos independentes e temos apenas que prestar contas à nossa consciência", disse José Paulo.


O relator contou que os conselheiros já analisaram degravações escritas dos telejornais das quatro principais redes de TV privada do país, exibidos nos dez dias que antecederam a crise envolvendo a programação da TV Pública.


Eles já receberam um longo relato de Luiz Lobo, de 11 páginas, além de ouvi-lo pessoalmente. Antes do depoimento, Helena Chagas já havia enviado um relatório de cerca de oito páginas, e entregou documentos internos e memorandos da TV.


Fonte: Portal Imprensa

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