segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mulher pode ser presa por criar perfil falso na Internet e induzir suicídio de jovem


Um júri federal na Califórnia decidiu indiciar uma mulher do Missouri acusada de utilizar uma falsa identidade online para iludir e agredir uma menina de 13 anos de idade, que cometeu suicídio em resposta às humilhações que sofria na Internet.


A mulher, Lori Drew, responderá por uma acusação de conspiração e por três acusações de uso não autorizado de computadores por meio de sistemas interestaduais de comércio, com o objetivo de obter informações utilizadas para causar danos emocionais a terceiros. A sentença máxima para cada uma das quatro acusações é de cinco anos de prisão.


Drew vive em O'Fallon, Missouri, onde, de acordo com o documento de indiciamento, criou uma conta falsa no site de redes sociais MySpace, sob o nome Josh Evans, em 2006. Os promotores federais alegaram que ela usou essa conta no site para contatar uma menina identificada no indiciamento como M. T. M., e que enviou a ela mensagens de forte teor sexual, supostamente provenientes de "Josh".


A menina, identificada por sua mãe como Megan Meier, havia sido amiga da filha de Drew. Depois de algumas semanas de conversas online, "Josh Evans" começou a mandar mensagens cruéis a Megan por meio da conta no MySpace, e a última delas sugeria que "o mundo seria um lugar melhor" caso Megan não existisse. A menina, acreditando ter sido rejeitada por Josh, cometeu suicídio em sua casa.


As autoridades estaduais do Missouri dizem não ter encontrado provas suficientes para abrir um processo contra Drew, e a acusada, que tinha 48 anos quando Megan morreu, negou repetidamente que tivesse aberto a conta no MySpace.


Mas como o site de redes sociais é uma divisão da Fox Interactive Media, com sede em Bevely Hills, o local em que seu servidor está abrigado, promotores federais decidiram interferir no caso, por meio de um estatuto federal em geral utilizado em processos por fraudes que envolvam atividades em mais de um Estado ao mesmo tempo.


O estatuto se aplica a este caso porque, ao violar as normas do MySpace, que proíbem a criação de contas com identidades falsas, Drew estava procurando informações para "promover um ato indevido, a saber, infligir intencionalmente sofrimento emocional a terceiros".
Drew deve passar por uma audiência formal de acusação em Los Angeles, em junho. Os especialistas estão céticos quanto à possibilidade de que as acusações, em sua forma atual, sobrevivam a um escrutínio jurídico mais aprofundado.


Funcionários do MySpace afirmaram em comunicado que "o MySpace não tolera qualquer forma de intimidação virtual, e está cooperando plenamente com a promotoria federal no caso".


Diversos governos locais e estaduais aprovaram leis ou apresentaram projetos que proíbem a intimidação online, muitas vezes em forma de requerimentos de que os distritos de educação tenham em vigor normas contra esse tipo de prática.


Fonte: Portal Terra

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