quarta-feira, 14 de novembro de 2007

China pede a jornais que só publiquem notícias positivas sobre Jogos Olímpicos


O governo chinês pediu aos jornais do país que não publiquem reportagens consideradas negativas sobre os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, segundo reportagem publicada nesta terça-feira (13) pelo diário South China Morning Post, principal diário independente de Hong Kong.
De acordo com o jornal, o Departamento Central de Propaganda do governo chinês teria feito o pedido por meio de um memorando circulado entre os editores de jornais do país. O documento pedia que os jornais evitassem publicar reportagens que mostram o país de um lado desfavorável, para reverter o que chamou de "uma onda de intensa publicidade negativa", que enfrenta atualmente.
"O documento estabelecia quatro áreas que causaram 'considerável publicidade negativa' na imprensa internacional, como a poluição do ar, a (má) qualidade dos alimentos, (a etnia de quem serão) os carregadores da tocha e as paraolimpíadas", disse uma fonte anônima que recebeu o documento.
O memorando também pedia à imprensa estatal que fizesse reportagens positivas sobre esses assuntos para compensar os textos negativos que foram publicados nos últimos tempos.
Na última segunda-feira (12), o jornal estatal China Daily anunciou que o governo vai montar e monitorar um banco de dados com informações sobre os jornalistas internacionais que vão cobrir as Olimpíadas.
A circulação das diretrizes e a criação do banco de dados vêm em meio a uma ofensiva promovida pelo Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos de Pequim para reconquistar a simpatia da imprensa internacional.
O comitê convidou os jornalistas a visitar prédios que abrigarão os jogos aos quais a imprensa antes tinha acesso proibido. Também foi organizada uma visita a duas fábricas que fornecerão alimentos durantes os jogos, para que os jornalistas conhecessem os padrões de qualidade aplicados na produção da comida.
"O memorando mencionava essas visitas organizadas como parte de uma campanha para reverter a situação que eles vêem aparentemente como propaganda de guerra", disse ao South China Morning Post um editor de Pequim que não quis se identificar. Com informações da BBC.

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