quinta-feira, 29 de julho de 2010

Comunicação: Reinventando o Jornalismo Parte II



A discussão sobre a questão ultrapassa as fronteiras brasileiras, Bill Kovach e Tom Rosenstiel, no livro “Elementos do jornalismo”, defendem a reflexão do jornalismo livre da subordinação dos vínculos políticos e econômicos. A organização capitalista não pode suplantar ou até mesmo deixar em esquecimento a finalidade do jornalismo de fornecer aos cidadãos informações para fortalecimento da democracia. Diante do perigo do jornalismo independente ser dissolvido no meio da informação comercial, é necessário concretizar o verdadeiro sentido da primeira emenda americana, a luta por uma imprensa livre, ou seja, uma instituição independente.
Portanto, a liberdade de opinião e de expressão como um direito humano, deve ser ampliada para além da restrição dos proprietários das mídias, correspondendo ao exercício da cidadania a todos os cidadãos e organizações representativas. A era da comunicação, paradoxalmente, ocorre entre os domínios dos processos político-econômicos, a globalização das mídias e a manifestação da pluralidade social. Ampliam-se os canais de informação e de expressão e a possibilidade das pessoas se tornarem emissoras de mensagens e produtoras de programas midiáticos, através dos meios de radiodifusão de baixa potência, pequenos jornais e da Internet. O acesso a Internet do cidadão como produtor, emissor e gestor da comunicação é um caminho para exercício da cidadania em sua dimensão cultural.
A Internet trouxe um potencial de democratização da comunicação, através da disponibilização de computadores conectados nos mais variados espaços públicos. Com um computador conectado ao telefone e a um provedor de Internet, o cidadão pode ser emissor, produzir e transmitir programas de rádio, jornais digitais, além de outros usos, mais comuns como a troca de emails¹ e a participação em grupos de discussão. Porém na sociedade brasileira, o acesso dos segmentos sociais aos dispositivos da grande rede mundial dos computadores como produtores e gestores da própria comunicação ainda não é algo predominante, uma vez que, não se pode esquecer de que parte da população excluída do acesso a Internet.
A liberdade de expressão e participação política acaba se constituindo em privilégio das elites que podem se expressar através de modernos suportes midiáticos. Representa também uma oportunidade aproveitada pela classe média educadas para capacidade de intelectual. De fato, este processo de globalização proporcionado pela Internet contribui para aumentar o potencial de universalização das mídias, mas ressalta as desigualdades sociais entre os países, inclusive o Brasil. 

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